terça-feira, maio 02, 2006

Véu negro...


Há já algum tempo que não escrevia. As palavras não fluiam e a minha mente estava obstruída por tanta mudança na minha vida. Sinceramente ainda me é muito difícil falar/escrever sobre certas coisas...

Não que haja algo propriamente de novo, mas as nuances que surgiram fizeram a mudança, toda a diferença. Já não vejo a minha mãe e o meu pai há duas semanas. Eles rejeitaram-me por completo. Já não posso contar com eles para nada, nem mesmo para uma refeição. Ou seja, dediquei-me e protegi-os durante 34 anos da minha vida, pensando que eles me iriam algum dia aceitar e respeitar, mas enganei-me. E isso fez com que adiasse toda a minha vida.

Só que esse adiamento acabou. E no dia em que eles, finalmente, se aperceberam disso, rejeitaram-me de vez. Acabou a paz podre, mas veio esta sensação de vazio que tenho no meu peito, de dor. Principalmente em relação à minha mãe, com quem sempre tive uma ligação (pensava eu) muito forte.

Um véu negro cobriu a minha face, mas não vou vergar, nem vou adiar mais a minha vida, seja por quem for, ou por causa do que for. O meu processo clínico está no final, tenho projectos a concretizar, e tenho que me curar, pois estou doente.

E nestas alturas penso em como é possível que tudo sempre aconteça ao mesmo tempo. Queria tanto, mas tanto, ser amada e amar um homem. Acho que isso suplantaria muita da minha dor. Mas tal como isso não aconteceu nem acontece, também estou desempregada e sem dinheiro.

Tenho a grande sorte de ter uma excelente e querida amiga, a Eduarda, que cuida de mim e que me deu um tecto e protecção. Deu-me carinho e amizade. E é ela que tem levado com os trancos da minha vida, por arrasto.

Curiosamente, nunca pedi muito da vida. Nunca fui muito ambiciosa. Mas cheguei a um ponto em que a pressão, a tensão constantes me consomem. Vou aguentando com a ajuda dos poucos mas muito bons amigos que tenho. E nisso tenho e sempre tive muita sorte.

E cada vez duvido menos que a força, a energia, que faz rodar o mundo é só uma: o Amor.

Lara-Triste

1 Comments:

Blogger Unknown said...

A vida é uma mudança constante, uma evolução incessante e eterna, e no meio dela estamos nós, como que á deriva, evoluindo por meio de erros e erros repetidos incessantemente. Existem desfechos que se anteviam, como a reacção dos teus pais quando finalmente realizaram que sempre era verdade, que não passava de uma mania passageira. Outros não se vislumbram antes de acontecerem, tal como o estares só e desempregada neste momento. Mas, tal como este desfecho momentâneo era imprevisível, amanhã poderás alcançar tudo aquilo que sempre desejaste e que te tem sido sistematicamente negado. Tod@s os teus amigos estão e estarão sempre contigo, para poderem congratularem-se com o dia em que finalmente acontecerá a realização dos teus sonhos. E nesse dia, aquel@s que por inveja ou por incompreensão ou por qualquer outra razão se tornaram teus inimigos, roer-se-ão de raiva pelo teu triunfo. Há que aguardar pacientemente. E eu cada vez duviso mais que a força seja essa, pois esse amor onde está ele? E que força é essa que afinal só traz dor? É isso o amor?

09:43  

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