domingo, janeiro 22, 2006

Viagens e a Lua

Sinto-me num estado meio ensonado, adormecido, no meio de tanta coisa que se tem passado na minha vida. Tudo tem mudado a um ritmo alucinante. Eu, os outros, o mundo, tudo. E em breve sentirei na pele essas mudanças, quando deixar de vez (espero eu) este país.
Como um rasgo de sorte ou uma chuva divina, apesar da minha tristeza profunda em deixar para trás tod@s aquel@s que amo, surgiu-me a oportunidade de poder trabalhar e viver noutro país, como eu, Lara, e com todas as regalias que aqui me são negadas.
Apesar do meu coração estar aqui e lá também (vou ter com familiares), na realidade sempre vivi aqui e acabei por tomar como certo este país pequenino, definhante e medonho de seres arrogantes e cínicos.
Sendo assim, os medos que penso serem naturais em qualquer pessoa que muda de vida radicalmente, são-no já em mim também. Agora é tratar de todos os pormenores aqui, despedir-me de quem amo e partir para uma vida bem melhor do que este país alguma vez me poderia dar.
Por outro lado, nunca pensei que fosse possível gostar tanto de dois homens ao mesmo tempo, isto indo buscar o tema das despedidas. Mas é verdade. Cheguei à conclusão que amei um e apaixonei-me pelo outro. Não ao mesmo tempo, mas os sentimentos perduram em mim em simultâneo. Agora, que as despedidas foram feitas, resta-me levantar a cabeça, esquecer que ambos existem e partir para a minha nova vida.
Continuar a ser celibatária e lutar para conseguir aquilo que sempre quis: um emprego que goste e o meu espaçozinho. Coisas que sei que para onde vou não serão difíceis de conseguir. Quanto a amores e desamores, já aqui e nos blogs anteriores falei (escrevi) o suficiente, ou seja, resumidamente: não obrigada. C'est fini.
Mas que descansem aqueles e aquelas que aqui vêm ler aquilo que me vai na alma. Mesmo longe continuarei a escrever sempre que possa, pois uma das maravilhas da internet é podermos comunicar de qualquer parte do mundo, né?
Vou, mas estarei sempre presente. Afinal o espírito (mesmo cibernético) é tão válido, ou mais, que a presença física. Vou, para finalmente ser EU.
Lara